quarta-feira, 20 de maio de 2009

Principais autores e obras

- José de Alencar: Seus romances regionalistas denotam o interesse e o exotismo pelas regiões mais rurais do Brasil, aliando os hábitos sociais da vida do homem do campo à beleza natural das terras brasileiras. Em suas obras regionalistas, os homens são figuras de destaque, com toda a sua ignorância e rudeza, enfrentando os desafios da vida, sendo que as mulheres assumem papéis submissos, de segundo plano.

Romances regionalistas: O gaúcho (1870), O tronco do ipê (1871), Til (1872) e O sertanejo (1875).

- Taunay: É caracterizado por apresentar talvez o mais bem escrito romance regionalista brasileiro. Tinha condições de dar ao regionalismo sua versão mais sóbria. Homem de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio. Suas personagens, valorizando muito mais suas vontades particulares que qualquer código social.

Principal romance regionalista: Inocência

- Franklin Távora: Em suas obras procurou exemplificar o que seria uma abordagem digna de se qualificar como nacional. Defendeu o argumento de que os elementos brasileiros somente poderiam ser encontrados no norte do país, assim foi considerado "fundador" do regionalismo do Nordeste. Argumentava que os romances de Alencar não eram capazes não eram capazes de imprimir caráter verdadeiramente nacional à literatura brasileira, por isso não mereciam tanta atenção e prestígio.

Romances regionalistas: O casamento no arrabalde (1869), O Cabeleira (1876), O matuto (1878) e Lourenço (1881).

- Bernardo Guimarães: Foi autor do primeiro romance regionalista brasileiro, o ermitão de Muquém, publicado em 1864. Em suas obras repete-se a fórmula simples do romance de folhetim.

Romances regionalistas: O ermitão de Muquém (1864), A escrava Isaura (1875), O garimpeiro e O Seminarista.

A SECA


De repente, uma variante trágica.
Aproxima-se a seca.
O sertanejo adivinha-a e graças ao ritmo singular como que se desencadeia o flagelo.
Entretanto não foge logo, abandonando a terra que pouco e pouco invadido pelo limbo candente que irradia o do Ceará. [...]
A seca não o apavora. É um complemento á sua vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a estóico.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Abril Cultural, 1982 p. 103 (fraguimento).

Romance Regionalista


O Brasil do século XIX encontrava-se em um momento onde a sua elite refletia totalmente um modo de vida europeu. E na busca de formar uma identidade nacional, os escritores tentam lembrar à sociedade que o Brasil abrange um território muito maior que apenas o Rio de Janeiro, e nessa imensidão de terras viviam pessoas que levavam uma vida completamente diferente daquela que a elite carioca estava acostumada.
O Romance Regionalista é um projeto literário do Romantismo que surge dessa necessidade de revelar a outra face do país para as pessoas mais sofisticadas, apresentando às elas à beleza que existia nos povos mais simples como os sertanejos e os gaúchos que também compõe a nação brasileira.
O Regionalismo traz ao leitor paisagens e pessoas do interior do Brasil, totalmente diferente daquelas presentes no Romance Urbano, por exemplo, que se inspirava nos costumes e nas pessoas da corte. Esses aspectos do interior são agora valorizados e a responsabilidade de caracterizar e representar a nação e o sentimento da pátria é passado a eles. Entretanto, para que fosse possível um reconhecimento desse povo, os autores apresentavam em suas narrativas pessoas simples e sofridas, mas ao mesmo tempo enfatizavam o quão destemidas e perseverantes elas eram. Eles também descreviam detalhadamente o cenário de seus romances para fornecer ao leitor uma imagem desses locais pouco divulgados, utilizando inclusive, durante a história, expressões locais que só aparecem na fala desse povo.